27 de dezembro de 2011

Enxurrada de felicidade

E se me falassem que todas as ruas eram de ouro?
Que todo esse cinza que acompanhava toda a minha trajetória,
Fosse apenas cinzas de um velho vulcão adormecido?
Sinceramente? Jamais acreditaria
Mas alguém me fez ver por além das cinzas
A neblina já não me atrapalha mais
Toda aquela sujeira que por anos tamparam as ruas douradas
Foi soprada para longe
E alegro-me em saber
Que não estou sozinho nessas ruas brilhantes
Divido-as com você
E nelas, você desfila como uma rainha

W. ♥

7 de dezembro de 2011

Café e chuva

Finalmente o café chegara
O aroma dele era incrivelmente parecido com o dos outros
Ele estava quente, assim como os outros
Era uma bela xícara, assim como a dos outros
E estava intragável, assim como os outros
Assim como os outros, eu tinha que ingeri-lo
Será que nunca acertariam? Sempre me entregam cafés intragáveis...
Deveria eu pedir para trocarem novamente?
Agora eu estava na chuva
E ela me cortava como todas as outras
Meu pobre guarda-chuva não me protegia
A chuva continuava abrindo as mesmas feridas que as outras abriram
Como se fosse para eu me lembrar que já falhei da mesma forma
Várias e várias vezes




3 de dezembro de 2011

Enquanto você dorme

Pirata
Astronauta
Policial
Bombeiro
Herói
Quanta imaginação possui aquela pequena criança, correndo de um lado para o outro
Tudo tão simples, tão perfeito
Quando ela cansava de capturar bandidos, ele virava um corredor e ultrapassava seus concorrentes de maneira espetacular

Enquanto sua mãe apenas observava a alegria do garotinho
Então ele seguia revezando, naquela tarde infinita na grama
Até que ele fica cansado
Sua mãe então lhe dá um banho e o põe para domir
E ele sonha
Enquanto finalmente sua mãe pode chorar


15 de novembro de 2011

-1

Tudo volta à tona
Todos os fracassos
Todas as derrotas
Todas as tentativas e esperanças gastas à toa
Não nascemos para vencer
Deus faz questão de demonstrar isso todo instante
Já não tem mais remédios para lhe entorpecer
O desânimo nos domina agora
E ninguém esperava que fosse diferente
Precisamos tomar algumas cervejas
Assim seremos felizes
Nem que seja por algumas poucas horas embriagadas.


7 de novembro de 2011

Respirando o doce aroma da fumaça

Um grande mar sem graça
Litros e litros de água sem movimento
Por que alguém iria visitar um mar morto como aquele?
E solitário ele ficou, anos e anos naquela inércia
Anos e anos esquecido pelos banhistas
Anos e anos desperdiçados
Então vieram as ondas.
Imensas ondas azuis
E foi uma festa, as ondas bailavam de forma inimaginável
Todos aqueles anos estagnados
Pareciam ter sido afundados, pareciam nunca terem existido
Então, todo aquele mar, outrora agitado, voltara à calmaria habitual
E agora ele estava com medo
Teria sido toda aquela agitação seu ultimo suspiro?
Evaporaria por completo e ninguém sentiria sua falta?
Ou teria sido apenas um descanso?
Continuar aquela vida sem movimento
Não era mais uma opção válida
Ele queria movimento
Ou era melhor evaporar de uma vez
Era tudo ou nada
E havia uma criança
Que parecia perceber o dilema daquele pobre mar
E lhe dava esperança
Balançando seu pequeno braço na água
Fazendo uma leve agitação nas suas águas mortas
E a mãe do garoto já lhe chamava impacientemente
Mas ele continuava lá, mesmo sabendo que tomaria uma bronca
Talvez ele escutasse a voz daquele mar
Repetindo incessávelmente
Não me deixe morrer

1 de novembro de 2011

Brindemos ao momento

Então em meio a todos aqueles copos de cerveja
Me aparece um copo diferente
Dando-me esperanças
Fazendo meus fantasmas sumirem
E me proporcionando uma felicidade

Brindemos a essa alegria
Que há muito tempo não sentia
E mesmo sem saber
Você me fez escolher continuar
Obrigado por me libertar
Obrigado por me salvar

29 de outubro de 2011

Corvos ao meu redor

E as borboletas que brincam ao seu redor
Também me visitam
E se transformam em corvos
Me trazendo notícias de você
Falando de como você estava linda naquele dia
De que você estava preocupada com o horário
E de como seria a hora certa
Pra lhe abraçar, dar um beijo em sua testa
E falar que tudo daria certo
Essas informações têm seu preço
Eles querem um pagamento
E me torturam infinitamente
Enquanto rasgam minha esperança com suas garras
E arrancam pedaços da minha felicidade com seus bicos
Eles me trazem mais notícias
E me falam que você está feliz
Isso alivia todas as dores.


27 de outubro de 2011

Estações

E eu prometi a mim mesmo que cuidaria de você
Mesmo que não perceba, estou ao seu redor

Sou eu quem fecha as janelas do seu quarto
Para que você não se molhe
Enquanto lá fora cai a chuva
Matando a sede das flores
Para que elas tentem acordar
Tão bonitas quanto você
Em mais uma manhã de primavera

Sou eu quem lhe assopra o rosto
De maneira incessante
Causando essa brisa refrescante
Enquanto você dorme sob o calor
De mais uma noite de verão

Sou eu quem retira as folhas secas
Do seu lindo cabelo
Depois de você ter dançado
Com as folhas que caem
E são levadas com o vento
Numa linda tarde de outono

Sou eu quem lhe coloca
Mais um cobertor
Para que você não acorde com frio
Nessa gelada noite de inverno

Sou eu quem lhe guardou
Dentro do meu coração
Para que nada de mal lhe aconteça


22 de outubro de 2011

De que vale a pena continuar, se o mundo já desabou?

De que vale a pena sonhar, se a verdade nos corrói?
De que vale a pena tentar, se o fracasso é certo?
De que vale a pena investir, se não haverá retorno?
De que vale imaginar o futuro, se não aguentamos mais o presente?
De que vale todo esse esforço, se não estamos felizes?
De que vale querer tentar, se não nos dão uma chance?
De que vale acreditar, se é tudo mentira?
De que vale o amor, se ele não é correspondido?
De que vale a esperança, se as coisas não vão melhorar?
De que vale a vida, se somos infelizes?
De que vale a vida, se somos infelizes?
De que vale a vida, se somos infelizes?

21 de outubro de 2011

Nadando em gotas

Eu comprei uma guarda chuva
Pra te proteger
Da chuva que cai sem parar
Onde você estivesse, lá estaria eu
Com meu guarda chuva
Te protegendo de todo o mal
Conservando seus sonhos
E seu futuro brilhante
Da chuva que leva toda nossa felicidade









E lá estava a chuva de novo
Mas agora não tinha problema
Eu te protegeria
Então eu me arrumei
Te faria uma surpresa
Dessa vez você não molharia
A chuva não te castigaria
Com seus pingos sufocantes
Então te avistei
Embaixo de uma marquise
Imaginei eu que era esperando a chuva passar
Me enchi de esperança
Então apareceu outra pessoa
Com outro guarda chuva
E te levou
E eu fiquei a nadar nas gotas da chuva.

19 de outubro de 2011

Again

Eu estraguei tudo
E por puro egoísmo
Construí castelos e fiz planos
Fiz de tudo para que você ficasse feliz
Sem saber se era o que você queria
E realmente não era o que você procurava
Então todo o meu trabalho foi em vão
Como tem sido todos esses longos anos
De dias cinzentos e desesperançosos
Passo agora meus dias desfazendo
Todo esse meu trabalho falho que fiz
Sabendo que não ouvirei mais suas risadas
Porque até isso eu consegui destruir
É uma pena que tenha terminado assim
Como todas as outras vezes.

18 de outubro de 2011

Sentimentos invisíveis

Talvez eu seja invisível
E talvez esse seja o motivo de você não se preocupar comigo
Você nunca me viu
E certamente não imagina o que sinto por você
Ou talvez você quer que eu seja invisível
E me atropela como se eu não estivesse ali
Fazendo com que eu recolha os cacos do meu destruído coração
Enquanto fico achando que não quis fazer por mal
Então eu decido partir
Vou para caminhos inimagináveis
E não receberão notícias minhas
Porque lá eu realmente serei invisível
E não haverá dor
Não haverá vida
Não haverá eu
Adeus.

14 de outubro de 2011

Nossas crianças

Nós matamos nossas crianças.
Nos transformamos em monstros.
Elas só queriam que fôssemos felizes,
E nós as decepcionamos.
Elas só esperavam que alcançássemos nossos sonhos
Mas os destruímos, um por um
Como se não nos importássemos com eles
Como se eles não fossem nossa motivação para continuar
Contaminamos a todos com nossas mãos.
Mãos vazias e sem esperança,
Que balançam descompassadamente,
Em busca de um apoio.
Nós matamos nossas crianças,
Nós nos matamos
E foi por puro desgosto.


10 de outubro de 2011

Dançando sob a luz da lua

Eu poderia ter voltado para a minha casa
Mas você estava tão bonita naquela noite
Você dançava com seus sapatos novos
E sussurrava coisas no ouvido de outro alguém
Enquanto a lua te iluminava como um holofote natural
Tinha tanto para lhe dizer
Mudar tudo ao menos uma vez
Mas não consegui me mexer
Você estava tão feliz com sesus sapatos novos
E eu repetindo em pensamento que estava tudo bem
Você dançando
Eu afundando
Mas estava tudo bem
Fui um erro para você
Mas estava tudo bem
Você chamando por outra pessoa
Mas estava tudo bem
E você ficava dançando sob a luz da lua, enquanto eu afundava
E estava tudo bem

Tic tac

Falharei com o prazo.
Tive mais de 18 anos para conseguir,
Besteira minha achar que tudo se resolveria em dois meses.
Mas eu acreditei,
E tudo desmoronou.
No pouco tempo que me resta,
Procuro esperança nos escombros,
Das coisas que nem mesmo acredito mais.
Meus sonhos se perderam no tempo,
Juntamente com minha felicidade e minha vontade.
Fico à espera do meu fim,
E torço para que algo dê certo dessa vez,
Nem que seja meu crepúsculo.

6 de outubro de 2011

Corações e varandas

Velhas varandas vazias.
Varandas desgastadas. Assim como a esperança
de quem nela aguarda.
Varandas solitárias. Assim como a certeza
de que com a hora tardia ela não virá.
Varandas esquecidas. Assim como os desventurados,
que passam noites acordados esperando um suspiro final.
Velhos corações vazios.
Desgastados, solitários e esquecidos
Assim como o meu.


E ele veio de você


E eu te protegia de todas as facadas
Mesmo que elas me machucassem, eu recebia elas no seu lugar
Saber que você estava bem me curava de qualquer corte
Mas teve um golpe que eu não suportei
E ele veio de você

Então se instalou o desespero.
E ele trouxe a solidão e a tristeza como companhia
Não havia mais eu, apenas um imenso vazio
E uma pedra em cima do meu coração
Vagando sem rumo, eu insistia em continuar vivo
Mesmo que por dentro eu já tenha morrido há muito tempo
Meu corpo ainda se movia
Até que um dia ele se quebrou
E o vento cuidou de espalhar os cacos
Para que ninguém se lembrasse mais de mim.


4 de outubro de 2011

E então você voou.

Estávamos confusos
Perdidos e tristes
Você estava aflita com o que havia feito
Eu estava angustiado com toda a minha vida
Nós nos ajudávamos
Divertíamos por horas seguidas
E independente de tudo eu lhe desejava uma boa noite
Como se essas simples palavras te protegessem de todos os perigos do mundo
Eu estava arrumando as coisas
Dessa vez daria certo, eu lhe faria muito feliz
E então você voou.

1 de outubro de 2011

Primeiro adeus.

Então chegamos ao fim. Continuar é estupidez.
Minha jornada termina aqui, mesmo que o trem continue seguindo adiante é aqui que eu fico.
Tudo foi um grande desastre, não tenho mais vontade de lutar.
Não há mais cor, apenas um cinza desbotado e sem vida que me acompanha por onde eu queira ir.
Respirar é um sacrifício. Acordar me faz perceber que ainda estou vivo e que terei que respirar e sobreviver por mais um longo e depressivo dia e que irei dormir desejando não acordar no dia seguinte, como sempre faço.
E toda esperança sumiu, como se fosse água sendo carregada nas mãos. Não acredito mais que alguma coisa mude Talvez tenha sido uma grande ignorância ter escolhido sonhos impossíveis, para mim, como companheiro de desventuras. Esses sonhos sempre me diziam que uma hora as coisas melhorariam, e como um cego eu tolamente acreditei.
Agora percebo que toda minha vida foi um grande desperdício.
Não há salvação.
Adeus.


22 de setembro de 2011

Flores, pedras e fracassos.

Flores não nascem em pedras.
Está na hora de escolher não continuar.

17 de setembro de 2011

Levantar? De novo, não.

Para que levantar?
Toda vez que tento, sou derrubado
E as marcas de todas essas quedas continuam derramando sangue
A cada derrota nova, elas se abrem
Talvez para saudar as novas companheiras
Que vão continuar jorrando sangue e me lembrando dos fracassos
Ou talvez se abram apenas para me lembrar de não tentar novamente
Porque falharei, não importa quantas vezes tentar
Irei cair, irei fracassar, irei falhar
Para que levantar?

13 de setembro de 2011

Felicidade comprimida

Seria assim mesmo a felicidade?
Esses comprimidos realmente melhoram as coisas?
Ou simplesmente me entorpecem como uma anestesia?
Esse remédio teria um fim?
Ou estaria amarrado a ele até o fim da minha vida dopada?
Ficar preso a uma felicidade artificial era realmente o que você esperava da vida?
E eles manteriam seu efeito para sempre, ou precisaria de mais e mais?
Até quando isso é válido?
Até quando isso te animará?

11 de setembro de 2011

10 de setembro de 2011

E se fosse a verdade?

E se não houvesse mais caminho?
Se todos os seus sonhos estivessem inalcansáveis?
Se tudo o que um dia chegou a imaginar, se desfizesse diante de você?
Se depois de todo esse tempo, você notasse que não há mais motivos para seguir adiante?
Se todos os velhos fantasmas continuassem lhe assombrando incessávelmente?
Se você fracassasse em tudo?
Se o futuro se transformasse em uma grande incerteza?
Se percebesse que nada valeu a pena?
Se cada dia fosse mais uma batalha perdida?
Se toda sua vida tivesse sido feita apenas de derrotas?
Se todas as cicatrizes desses anos, fossem ainda feridas abertas, que você cuidadosamente tenta esconder para tentar de novo?
Se torcesse para que qualquer desgraça aconteça e tire sua vida, enquanto caminha sozinho na rua?
Se nada mais tivesse brilho?

E se não quisesse mais continuar?
E se não quisesse mais continuar?

1 de setembro de 2011

Depressa

Você diz pra eu ir depressa
Que logo estará lá
Onde você me leva
Nem Deus andará

Põe a faca no chão
Juro que não vou te machucar

A esperança dos dias cresceu com a dor
De esperar por você, de bolar a flor
Entre os olhos do meu mais puro amor
Seja o que isso for..

De manhã eu saí e a rua me levou
Parecia esperar também por você
E eu de roupa emprestada, toquei minha alma
E fui te encontrar

E como estaria a cor da sua pele?
E como estaria seu rosto e você?
Quem eu seria?
O que eu falaria?

Você diz pra eu ir depressa
Que logo estará la
Onde você me leva
Nem Deus andará

Põe a faca no chão
E me dá a mão

Ainda não é a hora disso
Ainda não é a hora disso
Ainda não é a hora de voltar

Tanto fantasma na nossa vida

Querida,
Não vou voltar
Se eu me apaixonar
Partida,
A alma seguirá
Num triste beijo roubado
Enquanto você dormia
Minha mente já está lá
E pro corpo só falta um dia
Eu vou me despedir
Pensando o que eu vivi
O que eu não vivi..
Eu to indo ver.

E você diz pra eu ir depressa
Que logo estará lá
Onde você me leva
Nem Deus andará
Põe a faca no chão
Põe a faca no chão. 


Vanguart ♫

25 de agosto de 2011

Cartas para ninguém

E o pobre infeliz escrevia cartas
Eram cartas bonitas
Gostaria eu, de receber uma carta assim
Ele não escrevia para mim
Mas escrevia

E eram textos lindos
A cada palavra que ele escrevia
Mais esperança ele tinha
E ele percebia que daquela vez
Seria tudo diferente
Enquanto andava para postar a carta
Se enchia de coragem
Enquanto esperava
A ansiedade lhe atormentava
Com a dúvida se já tinham recebido a carta
E gostaria da resposta, o mais rápido possível
Porque daquela vez seria diferente
Ele sentia isso.

Gostaria de conseguir parar o tempo, porque o infeliz se decepcionaria novamente.


23 de agosto de 2011

Caindo infinitamente

Me prometeram coisas lindas, que não conseguiria imaginar
E acreditei, cegamente como um tolo
Mas me enganaram
Nunca houve ninguém aqui
Esperando por mim

18 de agosto de 2011

Cavalos cansados

Cavalos cansados
Cavalgando em círculos
Pois o espetáculo não pode parar
E a platéia apenas assiste
Admirando a sincronia
Daqueles tristes cavalos
Que em vão, sonham
No dia em que seriam salvos
Terminando com toda aquela agonia
De circular noite e dia
Tendo a triste alegria
De saber que você me libertaria
Mas que talvez isso
Não lhe interessaria


14 de agosto de 2011

Eterno sábado

Amores gelados
Sorvetes inacabados
Sorrisos estrelados
Dedos entrelaçados
Tudo acabado
Por um coração amaldiçoado.

6 de agosto de 2011

Errei

O que lhe sobrou depois de todos esses anos?
Haveria algo que poderíamos salvar entre toda essa infelicidade?
Que fizesse com que todos esse pequeno tempo não se tornasse interminável?
Onde estariam os motivos para continuar?

24 de julho de 2011

Destroços do domingo

Estou na mais completa solidão
Do ser que é amado e não ama
Me ajude a conhecer a verdade
A respeitar meus irmãos
E a amar quem me ama ♫

Eu, monstro

Tínhamos sonhos, impossívies talvez, mas tínhamos
Você tornou-se um monstro
Perdeu-se no tempo
Sinto pena e aversão do que se tornou
Poupe-se dessa vergonha
Não há porquê continuar insitindo
Quando eu estava no comando as coisas eram diferentes
Foi um erro deixar você assumir o controle
Tudo era tão sólido antes
Tão simples
Mas tudo se desfez
Incrivelmente, você destruiu tudo
E as coisas fugiram do seu controle
Você tentou abraçar tudo
E percebeu que lhe faltava braços

20 de julho de 2011

Solitary Man

Belinda was mine
'til the time
that I found her
Holdin' Jim
And lovin' him
Then Sue came along, loved me strong,
that's what I thought
But me and Sue,
That died, too.
Don't know that I will,
but until I can find me
A girl who'll stay
and won't play games behind me
I'll be what I am
A solitary man
A solitary man
I've had it here - being where love's a small word
A part time thing
A paper ring
I know it's been done havin'
one girl who love me
Right or wrong
Weak or strong
Don't know that I will,
but until I can find me
The girl who'll stay
and won't play games behind me
I'll be what I am
A solitary man
A solitary man
Don't know that I will,
but until love can find me
And a girl who'll stay
and won't play games behind me
I'll be what I am
A solitary man
A solitary man

J. Cash

Prelúdio do fim

O que lhe mantém?
O que te faz continuar apesar das quedas?
Como você faz para conseguir dar a volta por cima?

Tudo ao meu redor cheira a desespero
Eu falhei
Decepcionei minha família
Meus amigos
Ingenuidade minha
Pensar que eles conseguiriam cobrir a minha falha
Falha que eu tentei disfarçar
Com amigos
Com bebidas
Com cigarros
Mas tudo que consegui
Foi retardar
Tudo isso já não funciona mais como antes
E não aguento mais retardar meu fracasso
Mas não se assuste, pequena criança
Os sinos incessantes só querem informar
Que a hora do fim está por vir
Mas não para você

18 de julho de 2011

Não olhe mais para trás

Você cavalga rápido demais, não consigo lhe alcançar. Tudo o que vejo são vestígios de que esteve aqui, ou de que você se importa comigo. Chego até mesmo a ver-te, em algumas vezes, como se estivesse esperando por mim, então minha esperança se renova e eu corro ainda mais, ignorando todas as léguas cansativas que já percorri sem descansar, todos os sacrifícios que fiz, todas as noites em claro que passei, e você sorri... Como se tudo fosse uma inocente brincadeira, e é um lindo sorriso. Então você desaparece e percebo que era apenas mais uma miragem, seu perfume ainda continua no ar, ou talvez seja mais uma invenção da minha mente cansada.
Você me mantém vivo, e eu continuo seguindo seu caminho, mas tudo que faz é me pregar peças e mais peças, já não quero mais continuar, o esforço que fiz durante todos esses anos já não compensa mais, não há felicidade que supere todo esse sofrimento, sei que não vai me compreender, mas já não quero um futuro.
Já não lhe seguirei mais... Ficarei aqui, esperando que o tempo corrija essa falha que sempre fui. Não me mande mais vestígios, isso apenas atrasaria minha queda final e gostaria que ela fosse rápida. E por favor, não olhe mais para trás.

16 de julho de 2011

Sonhos perdidos no tempo

Não havia necessidade de ter me seguido até aqui, na verdade, não queria que ninguém tivesse me seguido, apesar de trazer felicidade para quem me alcança. Mas você escolhera seu caminho, talvez por inocência, uma pessoa sã jamais me acompanharia assim. Apesar de tudo, você me seguiu, esse tempo todo, fora um companheiro fiel, disso eu jamais poderia reclamar. Com certeza não se sentiu bem durante todos esses longos anos que me fez companhia, afinal, seria idiotice acreditar que alguém se sentiria bem ao meu lado nesse estado... Finalmente seguiu o bom senso, lhe condenarão, disso não tenho dúvida, decidir algo assim não é nada fácil e muito menos é bem visto entre as pessoas que lhe excluiram, você adiara essa decisão por muito tempo, e houve motivos para continuar, amigos, família, amores, álcool, cigarros, e até mesmo livros, o fato é que não conseguiu fazer com que isso te sustentasse até que a velhice batesse à sua porta.
Eu lhe corrompi, não por querer, mas sou eu. Faço as pessoas me seguirem, por mais absurdo que eu possa ser. E com você não foi diferente... Sempre imaginou e desejou coisas incoerentes com o tempo e até mesmo com você... Tudo continuará, mesmo depois da sua decisão, viverei nas pessoas ainda, mas sinto que falhei com você, ou talvez você tenha falhado escolhendo esse meu lado, alguém errou, não tenho dúvidas disso... Foram tempos difíceis ao seu lado, mas nem por isso deixou de acreditar, até agora. Talvez tenha se apegado demais ao passado, ou até mesmo ao futuro, não sei lhe dizer, mas sempre esteve incoerente ao seu tempo.
Agora está a dançar, pelo simples capricho do vento, já que estás suspenso por uma corda que você mesmo colocou em volta do seu pescoço.
Sinto muito que as coisas acabassem assim, mas foi melhor, principalmente para você... Não é fácil, na minha posição, ver que você desacreditou naquilo que um dia te moveu.
Foi bom estar ao seu lado.

Atenciosamente,
Seus sonhos

9 de julho de 2011

Matem ele, por favor.

A música era linda, uma melodia triste mas linda, e ela inundava todos os cantos daquele movimentado estabelecimento. Mas ninguém reparava na triste melodia, estavam todos conversando e bebendo, havia fumaça de cigarros, risos, brindes e comemorações, todos estavam entretidos com suas vidas cheia de surpresas e felicidade, não havia porque reparar na melodia, mesmo que ela fosse uma linda melodia. Mas havia lá alguém que reparara na música, e percebera toda a melancolia que ela carregava e não era muito diferente do que ele sentia e sempre sentiu todos esses anos.
Lá estava o infeliz, no meio de todas aquelas pessoas normais, sentindo-se uma falha ambulante, bebendo para fugir da sua prórpia condenação, enquanto esperava e torcia para que aquele fosse o último dia de sua vida vazia e desafortunada. Assim como com a música, ninguém reparara nele e isso passou a ser trivial para aquele infeliz, e toda a desilusão de uma vida desperdiçada e fracassada, lhe acompanhava a cada passo trêmulo e incerto. Pobre infeliz, não gostaria de estar no lugar dele.
E ele existia, não que essa fosse a vontade dele, mas existia, e suplicava por uma chance, apenas uma, mas ela nunca veio... Pobre infeliz, esmagado pelos seus prórpios sonhos, quem imaginaria?
E agora vejo com clareza, o infeliz era e continua sendo eu, todo esse interminável tempo.

6 de julho de 2011

De que vale sonhar um minuto se a verdade da vida é ruim?

Por que você me olha com esses olhos de loucura?
Por que você diz meu nome?
Por que você me procura?
Se as nossas vidas juntas vão ter sempre um triste fim
Se existe um preconceito muito forte separando você de mim
Pra que este beijo agora?
Por que me amor este abraço?
Um dia você vai embora sem sofrer os tormentos que eu passo
De que vale sonhar um minuto se a verdade da vida é ruim?
Se existe um preconceito muito forte separando você de mim


Cazuza  ♫

4 de julho de 2011

Havia vida lá

Havia vida naquele bosque. Longe das crianças que se lambuzavam com as doces frutas que nascem por lá. Ninguém sabe como ele chegou lá, aparentemente , até as árvores evitavam aquele local, e eu mesmo não as condeno. Apesar de toda a agonia impregnada em cada centímetro daquele local, esquecido até pelo nosso generoso Senhor, havia vida lá.
Alguns dizem que era um homem, que aprendeu a conviver com o infortúnio de sua vida amarga e infeliz, outros dizem que era um monstro no corpo de um humano. Eu mesmo não se o que ele era, mas ele existia. Os moradores mais próximos do bosque, chegavam até a escutá-lo, era um lamento interminável que se repetia diariamente, nas noites geladas que temos aqui.
Era deprimente vê-lo... Olhando um mundo que simplesmente não conseguia fazer parte, e nos olhos dele, via-se o desespero, um pedido suplicante de socorro e que nós não socorremos, isso me atormenta em todas as noites de insônia.
E assim se passaram anos, ninguém sabe o tempo ao certo, a cada dia que se passava, mais desesperado ele ficava e mesmo assim, não o salvamos. Então, em mais um dia banal da primavera, ele estava balançando com o vento, pendurado por uma corda que lhe quebrara a coluna vertebral, e eu me lembro... Havia um bilhete, amassado e molhado, pelas suas lágrimas, acredito eu, e no bilhete dizia "Eu só precisava de uma chance, não desapontaria vocês, era tudo que eu necessitava... Uma chance, uma chance..."
Apenas uma chance...

2 de julho de 2011

Rápido demais

Este é o fim da linha para você, meu velho amigo. Não negarei, a viagem continua, por horizontes jamais imaginados, há um futuro brilhante à espera da continuidade dessa viagem, mas nada reservado para você.
Aqui nós nos separamos, sabíamos que você não iria muito longe, acredito que você também percebeu isso desde o começo, então não há porque criar ressentimentos. Não nos siga, não há esperanças para você, seu destino já foi traçado a muito tempo, suas mãos geladas contaminarão tudo em que um dia você achou que seria a salvação, e seu rosto, marcado pela tristeza de todos esses anos, afastará a todos. Nunca houveram flores no seu caminho, seria tolice achar que algo mudaria.
Você envelhecera rápido demais, o próprio tempo não conseguiu lhe acompanhar, virara uma falha enorme, suas palavras são ignoradas até mesmo pelo vento, as consequências são terríveis, acredito que já tenha percebido que nunca houve espaço para você nesse mundo, você é um erro e desde o começo o preço que você pagou por isso foi realmente muito alto.
Adimito que chegara mais longe do que eu chegaria, se estivesse em seu lugar. Mas cairá em breve, isso já é perceptível.




1 de julho de 2011

Cavalgando sozinho

Cavalgo sozinho, entre paisagens distorcidas e de beleza inigualável
Entre nobres montanhas e castelos imponentes
Paisagens e sensações que eu gostaria de dividir
Com alguém que não fosse meus cigarros
Porque onde eu cavalgo
Não há um futuro promissor para solitários errantes
Largado à mercê do meu infortúnio
Com a certeza incerta de que aparecerá alguém
Que seja capaz de fazer com que eu aproveite
Essa prisão fascinante em que sempre me encontrei
Assim, continuo cavalgando
E esperando

27 de junho de 2011

Cigarros molhados

Fracassei novamente, meu velho amigo

26 de junho de 2011

Fomos longe demais

Ando pelos destroços das coisas em que acreditei
Tudo parecia tão sólido
Agora não passam cacos de sonhos
Que continuam me cortando incessavelmente
E chove tristeza de todos os lados
Já estou encharcado
E cansado
Completamente embriagado de angustia
De todos esses anos tentando respirar sem conseguir
E em meio a esse turbilhão infernal
Me vem o alívio de saber
Que pra sempre eu consigo desaparecer
Antes mesmo antes do entardecer

"E sua alma inchada de café e cansaço"

Ei, pai morte, estou voando para o ninho
Nesta noite fria, estou tão sozinho
Ei, velho pai, sigo o seu caminho

Irmão Morte, não chora mais nada
Minha mãe também já descansa calada
Cavaleiro Morte, por favor, traga a espada

Oh, criança Morte, vá lamber sua sorte
Sugar o seio, beber sua morte
A dor se foi, ficou o corte.


Bela esposa Morte, sinto seu pedido
Ei, vizinha Morte, ouço seu ruido
Irmã Morte, doce é seu gemido

Ei, pássaro Morte bata suas assas
Amante Morte, sua cova é rasa
Amiga Morte, eu vou para casa

Velho avó Morte, seu cheiro eu não esqueço
Professora Morte, eu lhe agradeço
Por me mostrar que tudo tem seu preço

Ei, pai Morte, mais um adeus
Você me fez então, meu deus
Seus traços agora são meus

Marcelo Nova ♫

23 de junho de 2011

Tragédia em Dó

Cervejas
Cigarros
Cansaço
Corda
Caixão

21 de junho de 2011

"Me tire dessa jaula"

Tudo queima.
Não há mais grama,
Só cinzas bailando com o vento.
Apesar de todo o calor gerado,
Pelas grandes labaredas
Que devastam tudo,
Em que um dia acreditei,
Sinto frio.

Nada nunca esteve bem
Mesmo que eu esteja com um sorriso
Estampado na cara
Servindo apenas para disfarçar
Que no meu mundo
Não há mais espaço para mim.

Quando finalmente percebi
Que felicidade e esperança
Não passavam de palavras vagas
Percebi que era hora do fim.

20 de junho de 2011

Heart In A Cage

Well I don't feel better
When I'm fucking around
And I don't write better
When I'm stuck in the ground
So don't teach me a lesson
'Cause I've already learned
Yeah the sun will be shining
And my children will burn
Oh the heart beats in this cage
I don't want what you want
I don't feel what you feel
See I'm stuck in a city
But I belong in a field
Yeah we got left, left, left, left, left, left, left
Now it's three in the morning and you're eating alone
Oh the heart beats in this cage
All our friends, they're laughing at us
All of those you loved you mistrust
Help me I'm just not quite myself
Look around there's no one else left
I went to the concert and I fought through the crowd
Guess I got too excited when I thought you were around
Oh he gets left, left, left, left, left, left, left
I'm sorry you were thinking; I would steal your fire.
The heart beats in this cage
Yes the heart beats in this cage
Alright.
And the heart beats in this cage.

The Strokes

17 de junho de 2011

Sobriedade na sexta

Quem estou tentando enganar?
Nunca houve motivos para o mundo mudar de cor
É sempre o mesmo cinza,
Sem esperança, corrompido e solitário
O mesmo cinza que preenche toda minha vida
Não há amor e esperança no cinza
E, no cinza, estou todos esses anos.

14 de junho de 2011

Delírios de uma terça embriagada

Você também consegue perceber que o mundo mudou de cor?

Porque as coisas estão mais agradáveis
Desde que ela me envenenou novamente
Contaminando com vida meu coração
E quando o caminho tinha chegado ao fim
Ela me mostrou uma rota nova
Onde as coisas são mais interessantes
E realmente vale a pena continuar
Obrigado por me salvar

12 de junho de 2011

Home of the Blues ♫

Just around the corner there's heartache
Down the street that losers use
If you can wade in through the teardrops
You'll find me at the Home of the Blues

I walk and cry while my heartbeat
Keeps time with the drag of my shoes
The sun never shines through this window of mine
It's dark at the Home of the Blues

Oh, but the place is filled with the sweetest mem'ries
Mem'ries so sweet that I cry
Dreams that I've had left me feeling so bad
I just want to give up and lay down and die

So if you've just lost your sweetheart
And it seems there's no good way to choose
Come along with me, misery loves company
You're welcome at the Home of the Blues

Just around the corner there's heartache
Down the street that losers use
If you can wade in through the teardrops
You'll find me at the Home of the Blues
Yeah, you're gonna find me at the Home of the Blues
 
Johnny Cash

4 de junho de 2011

Beta

-Desista amigo, você é uma falha, não tem como mudar isso.
Sim, desistirei

3 de junho de 2011