7 de novembro de 2011

Respirando o doce aroma da fumaça

Um grande mar sem graça
Litros e litros de água sem movimento
Por que alguém iria visitar um mar morto como aquele?
E solitário ele ficou, anos e anos naquela inércia
Anos e anos esquecido pelos banhistas
Anos e anos desperdiçados
Então vieram as ondas.
Imensas ondas azuis
E foi uma festa, as ondas bailavam de forma inimaginável
Todos aqueles anos estagnados
Pareciam ter sido afundados, pareciam nunca terem existido
Então, todo aquele mar, outrora agitado, voltara à calmaria habitual
E agora ele estava com medo
Teria sido toda aquela agitação seu ultimo suspiro?
Evaporaria por completo e ninguém sentiria sua falta?
Ou teria sido apenas um descanso?
Continuar aquela vida sem movimento
Não era mais uma opção válida
Ele queria movimento
Ou era melhor evaporar de uma vez
Era tudo ou nada
E havia uma criança
Que parecia perceber o dilema daquele pobre mar
E lhe dava esperança
Balançando seu pequeno braço na água
Fazendo uma leve agitação nas suas águas mortas
E a mãe do garoto já lhe chamava impacientemente
Mas ele continuava lá, mesmo sabendo que tomaria uma bronca
Talvez ele escutasse a voz daquele mar
Repetindo incessávelmente
Não me deixe morrer

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