19 de fevereiro de 2011

Moinhos ao relento

Construí moinhos,
Moinhos grandes, bonitos e imponentes.
Ficavam em um campo,
Um grande campo coberto de flores coloridas e grama verde.
Moinhos que eram visitados,
Por casais felizes, que dançavam à luz do sol,
Que se beijavam à luz da lua.
Haviam também esquilos,
Esquilos que saltitavam e corriam livremente,
Entre as flores coloridas, entre casais felizes e entre moinhos imponentes.
Mas ela não queria só moinhos,
Nem só campos com flores, nem só casais felizes e nem só esquilos,
Ela me disse que queria voar.

Construí uma torre,
Uma imensa torre que chegava ao céu,
Torre que ia acima das nuvens, uma torre que a fazia voar.
E ela ficava no último andar,
Onde tocava com as mãos, as nuvens de algodão,
Onde ela via a alvorada
Onde ela via o crepúsculo
Onde ela ficava feliz, ao menos, assim eu achava.

Certo dia apareceu um cavaleiro,
A luz do sol refletia em sua armadura.
Seu cavalo era mais branco que as nuvens de algodão.
E ele cavalgava,
Passando por cima das flores, espantando casais e seus amores,
Amedrontando esquilos saltitantes,
Ela foi com ele.

Não havia mais flores, a grama já não era mais verde,
Os casais já não estavam mais lá, muito menos os pequenos esquilos,
Não havia mais alvoradas nem crepúsculos,
As nuvens estavam sempre cinzas,
E os moinhos não funcionavam mais.

Construí uma cova,
Nunca foram me visitar,
O cavaleiro foi chamado de herói,
E eu fui esquecido,
Eles, viveram felizes para sempre.


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