19 de fevereiro de 2011

Café, veneno e desistencia II

Ele casara de esperar, e já esperara bastante , esperou dias de sol, esperou algo a mais, esperou que as coisas melhorassem, e não tinha ficado de braços cruzados, esperando que tudo se encaixasse milagrosamente. Foi atrás do que queria, tentou, ao menos, buscar seus objetivos, mas existem pessoas que nasceram para perder e essas pessoas se diferem em dois tipos, as que percebem que são fracassados ambulantes e os que não percebem e continuam tentando e tentado e tentando. Não que os fracassados que percebiam que iriam falhar em qualquer coisa que fizesse não tentassem, tentavam e como de costume, fracassavam e já sabiam que isso iria acontecer.
Um fracassado ambulante que sabia que iria falhar, é o que ele foi durante toda sua desgraçada vida, era orgulhoso também, um viciado em cafeina, fracassado, esquecido e orgulhoso, e ele estava cansado de ser assim . Já não aguentava mais levantar todos os dias, já desistira a um bom tempo dos seus sonhos e sentia-se miseravelmente só.
Toda essa situação lhe incomodava, sentia um aperto no peito sufocando-lhe todos os dias e ele realmente estava cansado.
Encarava, agora, um frasco de veneno, lembrou-se  dos seus dias, todos desgraçadamente fodidos, não sabia se já havia vivido seus dias de glória, mas isso não importava, não mais.
Tomara, o gosto era repugnante , um gosto que ele esperava nunca mais sentir, e finalmente, não fracassou, não precisaria mais sentir aquele gosto horrível, nunca mais. Não foram ao enterro dele.

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